quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Picos de elevado grau filosófico.

São momentos que nem eu mesmo acredito quando alcanço o clímax de momentos filosóficos. Geralmente acontecem enquanto escovo os dentes, ou quando estou tomando banho, ou dentro do ônibus, ou dirigindo...enfim, momentos em que não me encontro com papel e caneta na mão para anotar minhas divagações. Raras as vezes quando consigo lembrar-me das minhas conclusões filosóficas baseadas em experiências próprias ou alheias.

Eis uma delas.


"A inteligência te prepara para o consequente.

A sabedoria te prepara para o inesperado."

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Tempo: aliado ou inimigo?

Os dias vão passando e aquela sensação de existir me incomoda. Não quero somente existir! Quero viver! Quero ter histórias para contar! Quero ser, daqui a 50 anos, um "vivido" no qual vou me perder em uma vastidão de memórias, de aventuras e perigos. Quero sentir a vida fluindo pelas minhas veias com adrenalina, e não somente observá-la distantemente no corpo dos outros ou, pior, vivê-la somente na imaginação.

Há tempos que não consigo ver o tempo como aliado. Pelo contrário, ultimamente tem sido um inimigo forte, exigente, com rígidas regras para que, se eu quiser conquistá-lo, terei de ser corajoso suficientemente para realizar os sacrifícios que ele exige.

Quero que o tempo seja meu amigo, que caminhe ao meu lado dizendo o quanto podemos trabalhar juntos para que a vida ganhe espaço na minha existência.

O Hoje não é mais do que horas passando, escoando como areia em uma peneira. Trabalho, trabalho e descanso, é só o que eu faço durante toda a minha semana. Não me faltam amigos convidando para churrascos, festinhas, baladas. O que me falta é a disposição que o tempo me rouba. E assim só me resta abrir o Facebook, olhar as fotos do último encontro deles e ver como eles VIVERAM o momento.

Contudo, de poucos dias pra cá, tenho notado que tudo isso faz parte de um processo de sacrifício momentâneo. Exatamente como na frase "no pain, no gain". Mesmo assim, sinto que meu "pain" ainda está em seu desenvolvimento, e meu "gain" ainda se demorará para chegar, mesmo que eu acredite em sua conquista.

Só me resta ser um jogador em uma mesa de dois: eu de um lado e o tempo de outro. Cada qual com sua vez de jogar. Cada qual com suas chances de blefar. E que no fim, mesmo com tantas partidas perdidas, eu seja o vencedor.

sábado, 14 de maio de 2011

Postagem preconceituosa: Medo do ordinário

O comum é atrativo somente aos olhos daqueles que não possuem a capacidade de enxergar diferenças benéficas.

Infelizmente entendo o comum como algo deteriorante. Oxidável. Que pode causar diminuição da massa cinzenta. Então, resolvi criar uma brincadeira comigo mesmo para me "acalmar". Um teste de personalidade.
O teste está em 3ª pessoa. Distanciei-me de mim mesmo, como se pudesse me ver de longe:

(Atenção: o texto abaixo possui um nível explcíto de preconceito. Sim, sou preconceituoso. Ao ler, você pode descobrir com o quê.)

*Quantas vezes por dia você diz a si mesmo "quero fazer isso" sem ninguém ter te influenciado?
1. Nenhuma vez = você é um escravo. Só faz igual ao que todos fazem ou pedem pra você fazer.
2. Uma ou duas vezes= você tem um pouco de vontade própria.
3.Três ou mais vezes = você sabe o que quer e não interessa se o outro gosta ou não.

*Escolha 2 grupos artísticos abaixo (priorize os que vc mais gosta):
1. João Bosco e Vinícius, Luan Santana e Sertanejo Universitário;
2. Parangolé, Cláudia Leite e Micaretas;
3. Ana Carolina, Maria Gadu, Adelle e MPB/Pop;
4. Chimarruts, Ziggy Marley e Reggae;
5. Aerosmith, Iron Maiden, Rock n roll.
6. Tchaikovsky, Celtic Woman, música Clássica e Erudita.
7. David Guetta e Música eletrônica.

Se você escolheu a opção:
1 = Sem capacidade de compreender rimas que vão além de "Coração/Paixão" ou "Amor/Dor". É um(a) "Maria-vai-com-as-outras", mas não tá nem aí, pq "se todo mundo gosta, então deve ser bom". Personalidade de corno.

2 = Mesma coisa do 1, porém mais acéfalo, metido a bombado (no caso das mulheres metida a gostosa) e fedorento (pq micareteiro só sabe pular), pois compra uma camiseta regata de micareta pra andar na rua com ela o ano inteiro até comprar outra ano que vem. Personalidade "0".

3= Pessoa mais reservada, não gosta muito de aglomerações (micareta e show de sertanejo universitário, por exemplo) e aprecia o lado mais culto e poemático da música, tanto nacional quanto internacional. Geralmente gostam das letras que tenham mais a ver consigo mesmos. Portanto, não seguem tendências. Têm personalidade.

4= Galera da paaazzzz....sóóóóhhh.... Letras de reggae conseguem ter boa poesia e rimas além do "amor/dor". É um pessoal mais recluso também, mas geralmente todo mundo gosta dos mesmos artistas, até porque não há muito o que escolher. Personalidade definida.

5= Pessoas que não demonstram muito interesse por outros estilos. O rockeiro é fechado ao rock e, por mais que possa admirar outros estilos (nunca o sertanejo e o axé, óbvio), o rock vai com ele pro caixão. Personalidade forte.

6= Pessoas que não conhecem a vulgaridade. "High-Class". Apreciam o verdadeiro sentido da expressão "arte musical". Sempre marcam presença em concertos de Orquestas. Personalidade incomum.

7. Um robô que repete a mesma dança em todas as músicas. Sabe diferenciar os estilos de música eletrônica, mas no fim das contas, é tudo parecido mesmo. Roupas com cores fortes e adora neon. Personlidade "colorida".

NOTAS:
*Excluí o Funk (vulgar) Brasileiro, pois não considero música.
*No primeiro grupo defini Sertanejo "Universitário" pois quis excluir o sertanejo raiz (Tião Carreiro, por exemplo) que dão um banho de composição nas frasezinhas gastas e medíocres das composições de hoje.
*Não quero que tudo isso soe como verdade universal. São só pontos de vista extremamente particulares e preconceituosos que nunca mudam.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mais existencialismo...

... pois o ano começa e eu, com minha mania sagitariana de mudança, procurando outros rumos, novas experiencias. Como consequência, lá vem eles de novo: os pensamentos, as maquinações mentais e "o" vítima (eu).
Desta liquidificadoração de pensamentos, surgem respostas - às vezes um tanto conformativas - ao que não deu certo. E ao léu, mais questionamentos existencialistas tomam forma em minha mente.

Por enquanto, minha essência jaz aqui. Aquele braZileiro que precisa saber cantar o Hino Nacional, pensando na alta do combustível. Aquele que acredita que o Bolsa-quadrilha ajuda alguém a comprar o pacote de açúcar a R$10,00, enquanto eu tenho é que fazer extra de cara boa e sem reclamar no meu trabalho, se quero R$100,00 a mais no final do meu mês. Aquele que acredita que o pré-sal vai transformar magicamente esse país em uma superpotência, da mesma forma que Dumbledore aparata do Castelo de Hogwarts para a Rua dos Alfeneiros.

Acredito que nunca vou desistir de tentar ser o patriota ideal. Até consigo amar o que o Brasil é. Adoro as bananas, melancias, abacaxis, tudo o que o nosso clima tropical nos dá. Adoro o clima também (antes do aquecimento global, é claro), adoro as dunas Noronhenses (quando passam na TV)...



Opa, espera: Isto não é o brasileiro quem criou!!!!


Infelizmente, parece que existe uma maldição sobre o brasileiro, desde que colonizadores chegaram aqui, pois tudo o que os colonizadores tocaram virou merda. E o pior é que continua até hoje:
*Os indiozinhos viviam felizes aqui. Portugueses chegaram? virou merda. Escravizaram-nos.
*Amazônia, pulmão do mundo. Aff! Exploradores encontraram! Deu merda.
*Precisamos dar um jeito na pobreza. Vixi! Chuvarada com deslizamentos! Pessoas perdendo casas e bens! Mais merda...


Eu não sei se acredito na mudança desse país. O problema é que parece que esta mudança vem de um controle remoto velho, daqueles que a pilha está no finalzinho da carga, e que todo mundo aperta as teclas com a maior força pra ver se funciona, mas ninguém ousa a trocar a pilha.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

E tudo volta à paz...

Depois do tormento - propaganda eleitoral na TV, nos outdoors, nos auto-falantes (o mais insuportável) e na poluição das ruas - tudo volta à antiga paz. Todo esse lixo produzido, todos os decibéis intoleráveis, passando de 5 em 5 minutos em frente às nossas casas (isso quando não davam de encontro 2 ou 3 carros ao mesmo tempo), será que valeu a pena? Eis aqui, um cidadão que não vê nenhum compensativo nesse circo nacional. Aliás, se nesse contexto, a palavra "cidadão" significar "pessoa que tem direitos e deveres com a organização do país, e usufruem dos direitos que um país politicamente organizado proporciona aos seus cidadãos", simplesmente não sou um cidadão, porque dá o que fazer eu escolher alguém pra botar ordem nessa Casa da Mãe Joana, e quando penso que escolhi bem, os "podres" vêm à tona. Então acabo desistindo de escolher o menos pior. Que coisa triste pra um país! Ter de escolher o maleável entre dois! Vergonha alheia...

Nesse país do "foda-se a população, eu só quero o meu carguinho garantido", vejo a política como um imenso picadeiro, onde se apresentam palhaços de terno e gravata, contando piadas com o tema "promessa", mas que na verdade só querem mesmo o cachê de um artista, não de qualquer circo, mas do Circo de Soleil (no mínimo).

E como o destino é irônico! Tiririca, um verdadeiro palhaço ( ou um palhaço verdadeiro?), ganha essa mordomia. Mais de R$100.000,00 (inclusos beneficios) serão DADOS mensalmente para esse "cidadão", que disse que descobriria o que um deputado faz se o elegessem. Resultado: 1.300.000 votos, só em São Paulo.
É isso aí, Brasil! Elegeu um palhaço a deputado federal como forma de protesto, mas esqueceu que quem vai pagar o salário pra esse palhaço, que não vai fazer nada que realmente preste lá no congresso, é você mesmo, BRASIL.

As pessoas riem de mim quando eu digo que a solução pra esse pedaço de terra perdido chamado Brasil seria dividi-lo em quatro regiões e cada região se tornar um país, para assim ter alguém que dê conta de governar, independentemente, cada pedaço.

Azar dos brasileiros de não me terem como presidente. E viva a monarquia.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Frases soltas, que solto no papel.

Sobre minha reputação:
" Às vezes fico pensando se alguém fala de mim. Mas acredito que não sou digno suficiente de ser "um assunto". "


Sobre política:
" Tentei construir minha opinião política. Mas no Brasil, no lugar de "tijolos e concreto", só encontrei "palha"."


Sobre pessoas:
" O problema de muitas pessoas é querer "ter" ou "ser" sem pensar nas consequências. "


Sobre animais:
"A racionalidade não nos torna superiores aos animais irracionais. Apenas nos fazem sentir vergonha do que fazemos com eles."


Sobre lúcidos:
"ILUSÃO é acreditar que existe apenas uma REALIDADE."


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Obrigado por visitar meu Blog. Quanto ao post, comente qualquer frase (ou todas). Fique à vontade!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Dois olhos não ocupam o mesmo espaço.

Muitas vezes temos opiniões tão particulares e singulares que ninguém consegue nos entender. Sobre muitas dessas opiniões, nós nem mesmo refletimos antes de pronunciá-las. Tudo por uma razão: são opiniões formadas por fragmentos do excesso de informação que nos afoga hoje.

No "hoje", pouco tempo se tem para digerir uma filosofia a ponto de praticá-la sem se tornar obsoleta. Eu acredito que Filosofia não é determinada pelo tempo em que se pratica, mas sim pelo impacto que a ideia causa. Porém, no mundo de hoje, já não se tem tempo para "amortecer" o impacto de cada ideia nova no nosso cotidiano. Precisamos engolir nossos pensamentos com um copo de água ao lado, para acelerar a digestão e dar lugar ao que já está a caminho. E a colher tem de ser grande, se não quisermos passar "fome moderna".

Essa é a mãe-causa de tanta incompreensão. A modernidade. Exemplos se fazem demasiados ao nosso redor.

ME PERDOEM OS EMOS, mas vou usá-los só para um exemplo: quando os primeiros emos começaram a surgir, eles possuiam mesmo aquela imagem de "tudo acabou depois que você se foi...", tristonhos, franjas que os escondiam do mundo e o que mais fazia sentido pra mim: o PRETO nas roupas, maquiagens quase góticas. E hoje? hoje saímos por aí e vemos os mesmos "EMOS" de outrora usando uma calça verde-limão, uma camisa vermelha com um all-star azul e óculos de armação amarela. Cantam músicas do tipo "não sei vivééé sem tééé vooocééé" SORRINDO! Por que na verdade nem sabem o que estão cantando. Sério! Não sabem MESMO o que é viver sem ter alguém realmente IMPORTANTE na vida. Mas o que interessa é que os MIGUXOS estão ali, curtindo aquilo também. E não esquecendo, têm sempre de manter o Blog, o orkut, o Twitter e car*lho a quatro atualizado com as últimas fotos e fatos dos ídolos coloridos e comentar os perfis dos MIGUXOS tb...

Eu simplesmente não consigo enxergar esse mundo com os olhos dos jovens de hoje. Meus olhos infelizmente não conseguem ocupar o espaço dos deles.

Em contra-parte, não estou aqui pra criticar a juventude de hoje que se contenta com pouco. Estou aqui, neste post sem rumo, só pra expelir um pouco do que é ser vitimizado e fragmentado. Sou vítima do mundo moderno e sou fragmentado por causa dos tiros da metralhadora do mundo moderno. Hoje, se não quisermos ser convencidos pela publicidade cada vez mais perturbadora, de que "TEMOS DE TER ISSO E AQUILO", temos de fechar nossas janelas, desligar a TV o rádio, o computador (a internet, principalmente) e colocar um velho CD, com músicas que nos fazem lembrar o quanto certa época da nossa vida foi fácil sair de casa, dar um passeio e voltar pra casa sem querer comprar algo que não queríamos antes de sair de casa.
Temos de ler um livro, onde narra um história em um tempo em que existisse somente pergaminhos e não e-mails, mensageiros montados a cavalo e não MSN, poesias recheadas de palavras de denso amor e não FUNK onde trata a mulher como um animal mandando ela descer rebolando até o chão (mais triste é que muitas OBEDECEM).

Infelizmente meus olhos não conseguem enxergar o que há de bom nisso. Não conseguem mesmo ocupar o espaço dos que são felizes com a degradação do ser humano, da natureza, da própria pessoa. Infelizmente. E o pior de tudo é que, por mais que evitamos essa degradação, ela bate em nossas portas, invade nosso rádio, aparece na TV, contamina nossos computadores.

É só isso que pretendia dizer aqui. Um pouco da minha indignação com esse mundo que nos tenta o tempo todo, a aderir desde a mais nova tecnologia até à musica de mais baixo nível. Tudo em nome da PRÓPRIA felicidade.

terça-feira, 20 de julho de 2010

O valor terapêutico da amizade



Juliana Garcia

Que é bom estar junto dos amigos ninguém duvida. Mas será que refletimos sobre os significados mais profundos da verdadeira amizade? Que sentimento é esse que une pessoas diferentes, que ultrapassa limites e distâncias?

O verdadeiro amigo é alguém com quem podemos expressar nossos sentimentos mais íntimos. Ao mesmo tempo é aquele com quem somos capazes de compartilhar o silêncio sem constrangimento. É a pessoa com quem se deseja estar nos piores e nos melhores momentos. A verdadeira amizade é terapêutica em muitos sentidos, mas não se mantém pela utilidade que venha a ter. Porque chamamos de amigo aquele a quem simplesmente amamos e somos por ele amados. Assim, sem grandes explicações, não cabendo em predefinições.

No laço de amizade queremos ver o outro bem, queremos presenciar seu crescimento, compartilhamos suas dores e alegrias, estamos ao lado. O amigo é aquele que nos aponta o que precisa de cuidados, que nos diz às vezes palavras duras com a intenção de que sejamos pessoas mais plenas. Em outros momentos ele nos traz palavras doces, equilibrando nosso modo duro demais diante de algumas situações. O amigo é aquele que parece sondar o mais profundo em nós, ele vem com seu jeito único e nos apresenta um outro lado. Ou simplesmente cala para que nós possamos ouvir nossas próprias palavras ecoarem. Oferece o ombro, os ouvidos e o coração.

O amigo é aquela pessoa que faz parte de nossa vida, porém não o possuímos. Com ele aprendemos que o outro é como é, aprendemos a aceitar e a amar incondicionalmente. Nesse vínculo vamos aprendendo as relações de paridade, em que não há autoridade a seguir, mas sim respeito a compartilhar. Aprendemos a resolver questões em conjunto, a expor o que sentimos, a perceber melhor quem somos. Com a troca de experiências o humano se revela e percebemos que somos parte de um todo muito maior, que não somos os únicos a sentir, a sofrer, a sorrir.

Nessa relação deixamos de ser mais um na multidão que se espreme nas ruas da cidade. Somos mais que números, registros e letras. Somos pessoa, carregamos uma história. Temos uma testemunha. Ele vê os degraus que subimos, as pedras em que tropeçamos, a hesitação, a coragem. Ele acompanha, oferece seu olhar, a sua opinião ou o necessário apoio. No vínculo de amizade sabemos que a existência do amigo é a garantia de um "Estou aqui", uma frase aparentemente simples, no entanto, permeada de presença e companhia.

Por tudo isso (e por tudo o mais que não cabe em palavras) é que lhe convido a refletir: Você está próximo de seus amigos com a frequência desejada? Você encontra tempo para estar com eles, assim como reserva tempo para outras atividades cotidianas? Ou o amigo deixou de ser parte de seu cotidiano? Passou a integrar o campo do extraordinário só participando de datas marcadas? Precisamos instaurar espaço em nossas vidas para momentos de prazer, de troca, para rir e chorar junto, para escolher promover a participação mútua nos acontecimentos.

Por mais que nasça sem grandes explicações, sem motivos explícitos e declaráveis, a amizade só se mantém quando cultivada. Ela se renova a cada momento de presença. Um telefonema, um encontro mensal, enviar um e-mail, marcar um almoço no meio da semana, sem motivo utilitário além da grande razão: queremos nutrir algo que é especial, queremos ver a amizade florescer, queremos estar junto.

Precisamos encontrar espaço para a vida social, que na origem etimológica da palavra carrega o sentido de associação, de fraternidade, de comunhão entre iguais. Vida social em sua concepção mais ampla, de estar junto dos que são nossos irmãos da alma. Isso faz bem para nosso coração, para o coração amigo e para a amizade que se fortalece - gerando mais e mais frutos.

(retirado do site MSN Brasil)
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PS: Todos os negritos e itálicos são meus, pois são os pontos do texto que mais considero e PRATICO.
Dedico este texto simples, porém sincero, a todos os que se consideram meus amigos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Pouquíssimo do que eu queria dizer

Sábado, dia 27/02/2010, foi minha colação de grau do curso técnico em informática. Fui escolhido para orador da turma. O problema é que eu, sinceramente, não consegui pensar em nada dignamente relacionado à informática para discursar. Foi então que me arrisquei, e discursei algumas palavras que, sem querer, atingiu a atenção de alguns. Estes, ao fim da sessão solene, vieram até mim dar parabéns, não pela formatura mas pelo discurso.

Até agora não acredito que mereço tanto crédito assim. Não estou bancando o modesto. Apenas acredito que minhas palavras foram sinceras e há muito queria que alguém pudesse dizer algo parecido em público. Tendo a oportunidade, tive que preparar estas palavras (que sintetizam um pouco do que tudo gostaria eu de dizer). Ei-las:
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Formandos, colegas, pais, professores, autoridades e acompanhantes em geral: muito boa noite. Pretendo eu neste breve discurso cumprir com o papel de orador da turma do Técnico em Informática, modalidade concomitante.

Há mais ou menos 15 dias eu recebi a “intimação” da minha colega Isis: “Luiz, você vai ser o orador da nossa turma, tá?”. Foi exatamente esse “convite” que me fez pensar nas palavras que eu “quero”, mas talvez não poderia dizer aqui.

Imaginei que deveria dizer algo hoje relacionado ao meu curso: falar da importância do computador, de como a informática e a tecnologia são importantes na evolução do mundo e blá blá blá.

Me desculpem, mas não consegui pensar em algo que ninguém ainda não saiba dentro desse tema. Pois tudo o que me veio à cabeça foram layouts, códigos PHP e pensamentos exatos que podem ser quantificados e processados.

Uma professora brincou no inicio do curso: “ Computador é burro. A única coisa que ele sabe fazer é conta”. Bom. Na linguagem técnica, isso se chama “processar dados”.

Eis aqui um nó para amarrar meu assunto ao curso: O computador não faz idéia de que esses dados que ele processa pode tanto salvar uma vida quanto acabar com uma.

Pode salvar a vida de um paciente que está preso aos fios e tubos em uma sessão de hemodiálise. Pode matar uma garota, que inocentemente entrou em uma sala de bate-papo virtual, trocou algumas idéias com um babaca chamado “gatinho carinhoso”, marcou um encontro com ele e acabou assassinada por um maníaco estuprador.

O que eu quero dizer com isso? Quero apenas que cresçam, percebendo que muitas coisas neste mundo não são boas e não são más. Apenas “são”.

Uma faca pode cortar o pão para recheá-lo e matar a fome do trabalhador que chega em casa faminto. Essa mesma faca pode ser a arma que atravessou o peito daquele homem que chegou em casa faminto.

Eu não preciso fazer uma pesquisa para saber que a primeira arma da história da humanidade não foi criada para matar um homem. Com certeza o objeto já existia, mas foi o homem quem lhe deu uma utilidade para fazer o mal.

Meus caros colegas, espero que tudo o que aprendemos neste curso, e durante outros estudos e experiências em toda a nossa vida, seja usado para o bem. E também que não seja usado simplesmente só para o seu próprio, mas acima de tudo, para o bem do próximo. Isso remete as mais primitivas leis do bom senso que, ironicamente, foram criadas...pelo homem.

Cristãos, “amem o próximo como a ti mesmo”. Wiccanos, lembrem-se da lei tríplice: "Tudo o que fizeres voltará em triplo para ti". Ateus e céticos, tentem acreditar em uma simples verdade: a ganância, o egoísmo e falta de fé naquilo que não pode ser comprovado concreta ou cientificamente, tornam vocês burros, como os computadores: apenas vão processar dados pelo resto da vida cegamente, alimentando ilusão de que já têm o suficiente para serem felizes, quando na verdade estão... apenas processando dados.

Aonde quer que forem durante suas vidas, meus colegas, levem a verdade estampada no peito. Verdade rima com justiça. Nunca deixem ser encobertos pela máscara da aparência. Ela é exigida em muitos momentos da nossa vida, às vezes para cumprir com as regras do bom senso, criadas por...adivinhem?! O homem. Este, com o tempo, acabou esquecendo o limite do bom senso. Mas a verdade entra exatamente onde o bom senso falha. A verdade não é boa, nem má. A verdade simplesmente “é”.

Se for preciso, jogue tudo pro alto em prol da verdade, pois ela lhe fará merecer caminhos mais dignos. Ela prova que temos coração unido à razão. O que não nos faz simples “processadores de dados”.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ao amor que o tempo me rouba.

Busco, para te amar, um tempo que não existe,
Caço, jogo o laço, a ocupação persiste.
Corre, e escorre a areia impiedosa
Que em meus olhos o tempo assopra
E me cega e machuca
Não como o espinho de uma rosa
Mas como a dor de um "nunca".

Ladrão de sonhos e desejos:
No som seco dos ponteiros
Rouba-te de mim.
Enquanto em meu dia
Meu ganhar se torna perder-te
Só me resta pensar,
Quando é que vou ter-te.

Mas no refúgio da folga
O tempo não entra.
Teus braços, então, me afaga,
E a paz me acalenta.
Esqueço então do existir:
Enquanto meu amor
Em teus braços me possuir,
O tempo se aposenta.

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